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Projeto "Na Época dos Casletos"


Projeto de Alfabetização
 Na Época dos Castelos


Duração: 1ºSemestre/2011
Fontes: Acervo da Bei, Internet
                   Público Alvo: 1º Ano/Ciclo I
                   Autora: Professora Vania Zen
                  Áreas do Conhecimento: Língua Portuguesa,Matemática, Geografia e Artes.





Justificativa

Oportunizar os alunos do 1º ano ciclo I, a ampliarem seus repertórios de histórias novas e antigas, fazendo-os descobrir a magia do ingresso no universo da leitura, proporcionando-lhes esse prazer e deixando-os viajar no tempo através das histórias.
 A proposta do projeto é de ampliar os conhecimentos dos alunos quanto à leitura e a escrita alfabética.



Objetivos

Os objetivos essenciais do Projeto: “Na Época dos Castelos” são:

·       Reflexão sobre o Sistema Alfabético da Escrita;
·       Manifestação de sentimentos, ideias e opiniões, definindo preferências;
·       Conhecer as convenções típicas de textos literários;
·       Adquirir confiança como leitor;
·       Aprender a utilizar recursos para compreender a superar possíveis dificuldades durante a leitura;
·       Aprender expressões típicas próprias da língua escrita e oral;
·       Aprender a utilizar procedimentos de recursos próprios da produção de textos, ou seja, planejar o que escrever saber utilizar rascunhos e revisar seu próprio texto;
·       Estimular a criatividade dos alunos;
·       Promover o hábito da leitura;
·       Desenvolver a habilidade de produzir  textos.





Conteúdos

·       Sistema da escrita
·       Estrutura de textos :literários ,contos, crônicas, fábulas, poesias,bilhetes,receitas, cantigas, anúncios...
·       Revisão de textos
·       Solucionar situações matemáticas
·       Gráficos e tabelas



Etapas
 ·       Levantar os conhecimentos prévios dos alunos;
·       Apresentação do produto final do projeto para os alunos;
·       Escolha do repertório de histórias pelos alunos que farão parte do projeto;
·       Pesquisa dos livros e autores dos textos elencados pelas crianças no acervo da BEI;
·       Leitura compartilhada dos textos elencados diariamente pela professora;
·       Leitura individual de trechos dos textos feitos pelos alunos;
·       Confecção de cartazes de alguns textos de memórias das narrativas. Ex: Rapunzel, Rapunzel jogue as suas tranças;
·       Fazer listas de personagens dos textos e expô-los na classe;
·       Elaborar gráficos das melhores histórias elencadas;
·       Elaborar situações matemáticas envolvendo os personagens das histórias;
·       Escolha de uma história para uma dramatização dos alunos;
·        Apresentação de várias versões das histórias;
·       Comparar as versões das histórias apresentadas;
·        Eleição do conto para a execução do produto final;
·       Debates e anotações das diferentes versões dos contos;
·        Leitura compartilhada do conto escolhido para o produto final;
·        Reconto oral da história escolhida para o produto final;
·        Gravação em áudio dos alunos;
·        Texto coletivo da história escolhida para o produto final na lousa, tendo o professor como escriba do conto escolhido;
·        Revisão do texto escolhido, assim como as possíveis correções ortográficas do mesmo;
·        Em grupo os alunos ilustrarão as cenas do texto escolhido para o produto final;
·        Montagem do produto final (Livro de chão) com os alunos;
·        Apresentação do Livro de chão da classe para o acervo da BEI.



Orientações Didáticas


1)  O professor lê para os alunos: A leitura de vários contos de fadas e outras narrativas é um momento prazeroso e explorado pelos alunos. É importante que o professor leia-os frequentemente, pois com isso oferece bons momentos de comportamento leitor.
 Preparar hora e o lugar apropriado, ou seja, um espaço confortável e agradável para a classe.
O professor deve comentar o livro com as crianças antes da apresentação com o objetivo de ajudá-los a levantar hipóteses sobre o tema a partir do título, oferecendo-lhes situações que situem a leitura (autor, nome do livro, etc)

B) Aos alunos leem por eles mesmos:
B1 - Alunos que ainda não leem convencionalmente
Podemos pensar... Como os meus alunos não leem ou que leem de uma forma ainda inicial poderá dar conta de uma história inteira?
É necessário que, para os alunos ainda não leitores convencionais, nós professores favorecemos oportunidades para lerem sozinhos, seja apenas para entretenimento, folhear páginas, guiando-se palas ilustrações, buscar informações como, por exemplo: encontrar o título do livro.
Outra possibilidade é solicitar que leiam determinados trechos mais curtos como as falas repetidas ("Rapunzel, Rapunzel, jogue suas tranças").

B2 - Alunos que já leem
Neste caso outros desafios podem ser propostos.
Em textos já conhecidos e trabalhados, o professor poderá propor a busca de informações: "Como tal história começa?", "Será que existe outra forma de iniciar um conto?".
Outras questões que poderão ainda ser investigadas diz respeito às características de ambientação ou de personagens. Quando os autores interrompem uma ação para comentar sobre as detalhes de determinada casa, por exemplo, estamos convidados a viajar para o lugar ou situação imaginado. Quando descrevem a roupa de um personagem, frequentemente utiliza-se de comparações, muitas vezes, poéticas (seus olhos pareciam estrelas, seus cabelos eram negros como as noites sem luar) etc.

2)  Contando histórias: O reconto oral possibilita ao aluno, que não é leitor escritor convencional, saber mais sobre o texto, apropriando-se oralmente da língua que se escreve. Não é uma situação em que o aluno deve decorar integralmente o texto, mas recontá-lo a partir do que se apropriou da história, não podendo transformar o enredo. Essa situação de aprendizagem deve ser proposta a partir do momento em que os alunos ampliarem seu repertório sobre os textos.
O professor deve propor situações em que os alunos opinem sobre elas, argumentarem a favor de uma ou de outra história, ou de outro livro de contos. É importante que o professor solicite justificativas para opiniões formuladas. O intuito dessa atividade é ampliar a possibilidade das crianças basearem a valiação que fazem das histórias em um leque maior e mais conhecido de razões, evitando as manifestações do tipo "gostei" e "não gostei".

3)  Escrevendo histórias

A) Texto coletivo:
B) Produção oral com destino escrito.
Escrita coletiva se dá quando os alunos ditam para o professor escrever na lousa ou em um cartaz. Para tanto, é necessário que todos os alunos conheçam bem o conto que estará sendo escrito.
Saber contar histórias facilita a produção, pois os alunos já conhecem, de antemão, o que irão escrever. Assim, poderão pensar mais sobre a linguagem que se escreve em determinado gênero. É fundamental que, durante o processo de escrita do texto, o professor também discuta com os alunos a forma de escrever as palavras. Isso favorece a aprendizagem de novos conhecimentos sobre a linguagem escrita.
Um dos primeiros passos para a produção de texto narrativo é a elaboração de texto coletivo, tendo o professor como escriba do grupo de alunos. Quando o professor ocupa esse lugar, funciona como modelo de escritor. Deve pontuar adequadamente e escrever o texto com ortografia correta.
O texto coletivo é, portanto uma excelente oportunidade para o professor discutir a necessidade da revisão.
É fundamental para os alunos em processo de alfabetização, porque é a chance para que vejam como sujeitos capazes de produzir um texto com qualidade literária, mesmo antes de saber grafá-los. Os alunos poderão aprender a necessidade de ajustar o ritmo da fala ao da escrita.


Atividades ocasionais

·       Lista com títulos das histórias elencadas, expostas na parede da classe para orientar a rotina da leitura da semana.
·       Cartaz com os nomes dos personagens mais importantes (esse cartaz deverá ser trabalhado pelo professor com vistas a garantir a estabilização de algumas palavras). O objetivo é que as crianças possam se utilizar dele, por exemplo, para escrever uma lista com cinco de seus personagens preferidos.
·       Escrita de um pequeno texto, resumindo as características de um determinado personagem.
·       Reescrita de trechos das histórias.
·       Comentários sobre as histórias lidas que poderão fazer parte de um painel da BEI, permitindo que outros alunos possam utilizá-los, a fim de fazerem suas escolhas.
·       Escrita de indicações literária.
·       Revisão de textos (possibilita a correções ortográficas e de pontuação).
·       Ilustrar os livros através dos desenhos.
·       Elaboração do mural, varal ou coletânea de indicações literárias.
·       Dramatizações de uma parte da história.


Produto final

 Confecção de um "Livro de Chão" da história escolhida pela classe com a versão da história elaborada pelos alunos.



Sugestões de histórias (em várias versões e autores)

·       Branca de Neve
·       Mágico de Oz.
·       João e Maria
·       Cinderela
·       A Bela Adormecida
·       Rapunzel
·       A Bela e a Fera
·       A Pequena Sereia
·       Aladim
·       A princesa e o sapo
·       Rei Artur
·       Peter Pan
·       Dumbo
·       Mulan
·       Pinóquio
·       Gato de botas
·       Chapeuzinho Vermelho
·       João e o pé de feijão
·       Patinho feio
·       Os três porquinhos
·       Dona Baratinha



Sugestões Bibliográficas

ANDERSEN, Hans Christian, História do Cisne.
BELINKY, Tatiana. Sete Contos Russos.
BRAGA, João de. A Formiguinha e a Neve.
BUARQUE, Chico. Chapeuzinho Amarelo.
CRESSWELL, Helen. Contos de fadas Clássicos.
EVANO, Brigitte. Contos e Lendas da Europa.
MIRANDE, Jacqueline. Contos e lendas dos cavaleiros da Távora Redonda.
PINGUILLY, Yves. Contos e Lendas da África.
POUZADOUX, Claude. Contos e lendas da Mitologia Grega.
SCIESZKA, Jacob Wilhelm. Cinderela e outros contos de Grimm.
Vídeos.


Texto de apoio para o professor


Descobrindo os contos de fadas

Os contos de fadas antecedem em muito a Literatura Infantil. Como se pode observar pelo trabalho dos irmãos Grimm, essas narrativas pertencem ao folclore transitando entre as camadas pobres da população até o final do período medieval. É com advento da Idade Moderna que surgem as primeiras adaptações para a infância dos contos populares que fazem sucesso entre o público adulto. Dá-se, então, o surgimento da Literatura Infantil. Como gênero literário, que se organiza no momento em que a criança passa a ocupar um lugar de destaque no cenário familiar, com o advento da Revolução Industrial.
São, portanto, as transformações que ocorrem na estrutura da família moderna responsáveis pela atenção fundamental com a infância que se delineia desde então. Como no mundo capitalista impera a livre iniciativa e a concorrência, é necessário aparelhar os jovens para que se tornem adultos de sucesso. Apostar na educação dos mesmos é, por isso, uma das metas prioritárias dos pais e professores.
Dessa forma, há uma preocupação específica com a educação da infância, que gera, por sua vez, um cuidado especial com todos os materiais culturais à disposição da mesma e, entre esses materiais, está o livro literário. Os adultos começam a perceber a necessidade de se oferecer aos pequenos, textos adequados a sua compreensão e experiência de mundo. E a adaptação do acervo existente surge como a solução mais razoável.
As narrativas que vão conquistar maior sucesso junto ao público são os contos de fadas, que se convertem em sinônimo de literatura infantil e ditam os parâmetros do gênero, confundindo-se, inclusive com a própria categoria literária.
A adaptação dessas histórias populares para a infância atende, portanto, a um objetivo bem preciso: a educação das novas gerações.
As histórias trazem os papéis familiares e sociais bem definidos, como a postura do homem e da mulher no seio da sociedade, a valorização do casamento, da livre iniciativa, do individualismo, etc.
Todos os ingredientes que compõem as narrativas (como a multiplicação de situações, a ênfase na solução dos problemas, a riqueza das ações, a ordenação de um mundo variado, em que diferentes temperamentos convivem) promovem o alargamento vivencial dos pequenos, incitando-os a participarem das aventuras e buscarem respostas. Contudo, é importante salientar que o nível de compreensão infantil é respeitado e a fantasia, presente nas histórias, não representa fuga do real, mas justamente a forma mais apropriada para a sua percepção.
O conto de fadas mantém uma estrutura fixa. Partem de um problema vinculado à realidade (como estado de penúria, carência afetiva, conflito entre mãe e filha), que desequilibra a tranqüilidade inicial.
O desenvolvimento é uma busca de solução, no plano da fantasia, com a introdução de elementos mágicos (fadas, bruxas, anões, duendes, gigantes, etc).
A restauração da ordem acontece no desfecho da narrativa, quando há uma volta ao real. Valendo-se desta estrutura, os autores, de um lado, demonstram que aceitam o potencial imaginativo infantil e, de outro, transmitem à criança a idéia de que ela não pode viver indefinidamente no mundo da fantasia, sendo necessário assumir o real, no momento certo.
Vania Zen
11/02/2011.